sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Mussolini, visto por Primo de Rivera

José Antonio Primo de Rivera
e
Benito Mussolini
O homem é o sistema, e esta é uma das profundas verdades humanas que volta a colocar em valor o Fascismo. Todo o século XIX se gastou em idealizar máquinas de bom governo. Tanto como propôs a máquina de pensar ou de amar. Nenhuma coisa autêntica, eterna e difícil, como é o governar, a máquina pudera fazer; sempre tem que recorrer na última hora a aquele que, desde a origem do mundo, é o único aparato capaz de dirigir os homens: o homem. Quer dizer: o chefe. O Herói.

Os inimigos do Fascismo percebem essa verdade pelo avesso e fazem seu argumento de ataque. “Sim —reconhecem—; Itália há ganhado com o fascismo; mas, e quando morrer Mussolini?”. Creem dar com isso um golpe decisivo no sistema, como se houvesse algum sistema com a eternidade garantida. E, sem embargo, é o mais provável que —quando morrer Mussolini— sobrevenha para Itália um momento de inquietação; mas um momento único; o sistema produzirá —com afloramento mais ou menos laborioso outro chefe. E este chefe voltará a encarnar o sistema para muitos anos. Mas ele (Duce, condutor) seguirá a fé de seu povo, em comunicação de homem a homens, nessa forma de comunicação elemental, humana e eterna que vai deixando seu rastro por todos os caminhos da História.

Eu vi de perto Mussolini, uma tarde de outubro de 1933, no Palácio de Veneza, em Roma. Aquela entrevista me fez entender melhor o fascismo da Itália que a leitura de muitos livros.

Eram as seis e meia da tarde. Não havia no Palácio de Veneza, a menor indício de agitação. Na porta dois milicianos e um porteiro pacífico. Eles disseram que penetrar no Palácio onde trabalha Mussolini é mais fácil que ter acesso a qualquer Governo civil. Apenas ensinei ao porteiro o escritório que eu citei, isso me fez chegar por grandes escadarias silenciosas a ante-sala de Mussolini. Três ou quatro minutos depois se abriu a porta. Mussolini trabalha em um salão imenso, de mármore, sem ou escassa mobília. Lá, em um canto, no outro extremo da porta de entrada, estava atrás de sua mesa de trabalho. Se via ele de longe, só, na imensidade do salão. Com uma saudação romana e um sorriso aberto me convidou para mais perto. Avancei não sei durante quanto tempo. E, sentados nós dois, o Duce começou sua conversa comigo.

Eu o havia visto em audiência pública, anos antes, quando fui recebido com vários alunos da Universidade de Madri. À parte, como todos os habitantes do mundo, o conhecia pelos retratos: quase sempre em atitude militar, em saudação ou discurso. Mas o Duce do Palácio de Veneza era outro distinto: com prateado no cabelo, um ar sutil de cansaço, com certo elegante descuido em sua roupa civil. Não era o chefe dos discursos, mas o da maravilhosa serenidade. Falava lentamente, articulando todas as sílabas. Teve que dar uma ordem pelo telefone e a deu em tom mais tranquilo, sem por a voz no menor traço autoritário. As vezes, quando alguma de minhas palavras o surpreendia, jogava sua cabeça para trás, abria os olhos desproporcionalmente, e por um instante mostrava, rodeadas de branco, suas pupilas escuras. Outras vezes sorria com calma. Era notável sua aptidão para escutar.

Falamos coisa de meia hora. Logo me acompanhou até a porta, através do imenso salão. Não é de grande estatura; já não tem, se alguma vez a teve, a erguida postura de um chefe de milícias; antes, bem, suas costas começam a encurvar-se ligeiramente. Ao chegar nós dois a porta me disse com uma calma paternal, sem sombra de ênfases:

Te desejo as melhores coisas, para você e para Espanha.

Logo se voltou para sua mesa, lentamente, a retomar a tarefa em silêncio. Eram as sete da tarde. Roma, acabadas as atribuições do dia, se derramava pelas ruas sob a aconchegante noite.O Corso era todo movimento e falar, como as ruas de  Alcalá por essas horas. As pessoas entravam nos cafés e nos cinematógrafos. Se dizia que só o Duce permanecia, laborioso, junto a sua lâmpada, no canto de uma imensa sala vazia, velando por seu povo, pela Itália, a que escutava palpitar desde ali como a uma filha pequena.

Que aparato de governar, que sistema de pesos e balanças, conselhos e assembleias, pode substituir a essa imagem do Herói feito Padre, que vigia junto a uma luzinha perene o desejo e o descanso de seu povo?
—JOSÉ ANTONIO PRIMO DE RIVERA


Il Fondatore Dell'Impero, Gerardo Dottori (1936)




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Digitalizado e traduzido para Português por: Lucas Gustavo Boaventura Martins.
(Perdoem-me, eventuais erros.)


Retirado de: [MUSSOLINI, Benito. El Fascismo. Su doctrina, fundamentos y normas legislativas en el orden sindical corporativo, económico y político. Prólogo y Epílogo de José Antonio Primo de Rivera y Julio Ruiz de Alda. Versión española por V.P.S. Ed. Librería de San Martín, 6,Puerta Del Sol,6, Madrid. Pág's 11-14]

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*Para fins de Estudo. Sou Integralista e bem sei que o Integralismo não é Fascismo e nem defende o Estado Totalitário, apresentar o Fascismo, mesmo sobre visões que o positivem é uma forma de Estudo e, dá base para citações que o diferenciem do Integralismo e dos aspectos filosóficos que são nossas bases.

Por Cristo e pela Nação: Anauê!

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