sábado, 24 de setembro de 2016

A Beleza

a beleza
A beleza, hoje, dias sombrios, é fácil e difícil de encontrar.

Paradoxo belo, para quem a conhece, mas não é tão fácil assim a conhecer, ela se esconde nas belas paisagens bucólicas que o apressado não vê, se esconde no leve vento que balança as folhas, tocando a face, como Deus acariciando sua criação, quebrando a calmaria, que o sem tato não sente, se esconde nas diversas formas, brancas ou diluviais, das nuvens que o sem imaginação não cria e nas formas tomadas pelas matérias, saídas de nossa mente, em nossas mãos.

Mas é impossível não ter pressa num mundo onde a máquina tudo manda, tudo faz, e tudo a seu tempo e nós, criadores das máquinas, que temos de nos adaptar as suas imperiosas marcações milesimais, aos seus copiosos e miméticos mandamentos, escravizando a massa ao trabalho fortuito, retirando, assim, o seu tato, deslocando-os para fora de suas naturais aptidões, eliminando, assim, a sua criatividade.  

Quem manda nas máquinas são os patrões, mas quem manda nos patrões acima de tudo é o sistema, um sistema onde se adora ao dinheiro, se adora a Mamom. O culto mamônico instaurou-se ao redor de todos nós, e em quase todos nós, as duas faces de satanás agem, uma, dentro do coração petrificado do burguês, petrificado pela sua imoralidade, pelos seus epicurismos, indiferenças e seu cosmopolitismo, a outra dentro do coração do proletário, do camponês, petrificado pela ignorância que os sistemas vigentes fizeram regra, petrificado por tentar imitar o burguês, aprendendo com este a colocar os prazeres materiais e biológicos acima das virtudes absolutas da beleza e da honestidade, acima dos prazeres espirituais.

Quem mantém este sistema é o materialismo avassalador dos homens materialistas de ação e da massa materialista estática e mórbida, massa que decide todos os rumos dos povos e da humanidade, infelizmente sempre no caminho feito pelos materialistas de ação, que as guiam por meio de seus instintos mais vis, maléficos e viciosos, vermes que corroem o cérebro da massa, lobotomizando-a e a mostrando a direção que os Donos do Mundo, por analogia à Bíblia, Satanás quer.

A beleza, nisso tudo, tornou-se retrógrada, ultrapassada, incapaz frente a velocidade produtiva da feiura.

―LUCAS GUSTAVO BOAVENTURA MARTINS


Foto do Arquivo Pessoal - Represa de Santa Maria, Aracruz-ES
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Por Cristo e pela Pátria: Anauê!

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