Em 20 de agosto de de 1963 o Deputado Federal pelo Partido de Representação Popular (PRP), herdeiro da Ação Integralista Brasileira (AIB), o excelentíssimo Sr. Ivan Luz discursa na Câmara dos Deputados acerca da entrega, na semana anterior a sessão, do Prêmio Lênin da Paz ao arquiteto Oscar Niemeyer.
Ivan Luz discursa pela dignidade e honra de nossa nação, seu discurso pode ser encontrado tanto em vídeos no Youtube como no Diário do Congresso Nacional da sessão de terça-feira dia 20/08/1963, o discurso, pode-se verificar, é realizado no Pequeno Expediente daquele dia.
Segue o seu discurso completo digitalizado e um link, no final, para o baixar em formato PDF.
Discurso de Ivan Luz (PRP) em 20/08/1963:
“Na semana passada Brasília assistiu à encenação de uma
típica noite soviética, levada à ribalta com todos os requintes de cinismo de
que é capaz a propaganda comunista. Assim foi que recebeu o Sr. Oscar Niemeyer
das mãos de um agente bolchevista, escalado para a ocasião, o prêmio Lenine da
Paz, ante a um auditório composto da fina flor do sovietismo caboclo, ao qual
não faltou o representante do Sr. Presidente da República, como era de se
esperar, no caso o Sr. Darci Ribeiro, como era de se prever. Embecevidos lá
estavam alguns estudantes pavlovianamente reflexionados, já incapazes de
pensar, babando de puro êxtase marxista-leninista, enquanto outros em muito
maior número, felizmente, espiavam a cena entre curiosos enáuseados.
Se a coisa fosse para ser levada a sério, teria
ocorrido a alguém perguntar os méritos com que se apresentaria o arquiteto para
ser tido como campeão da paz, substituindo assim, na história deste País, por
decreto do Senhor de todas as Rússias e Satélites a figura de Caxias, o
Pacificador. Mas ninguém perguntou, porque nas comunidades comunistas ninguém
pergunta nada. Também ninguém indagou dos títulos soviéticos para distribuir
prêmios de paz, pela mesma razão.
Vimos, assim, tranquilamente, sob loas publicitárias, o
representante do mais feroz dos imperialismos que já dominaram o mundo, coberto
de sangue de milhões de vítimas, que mantém sob escravidão cem milhões de
pessoas fora de suas fronteiras, só na Europa; que praticou o mais nefando
genocídio de que se tem memória, liquidando nações inteiras como a Letônia, a
Estônia, a Lituânia, subjugando a ferro e fogo a Hungria, cuja juventude ainda
agora está sendo fuzilada pelo crime de amar a Pátria e querer a sua liberdade;
vimos, repito, esse embaixador do maior cárcere da história, cujas sentinelas
assassinam com requintes de crueldade os desgraçados que tentam fugir ao
desespero de seu paraíso, fazer-se arauto da paz, envergando a túnica dos
anjos, sob os auspícios do acumpliciamento oficial que abastarda a dignidade e
a honra de nossa Pátria.
Mas não faltou, como é óbvio, o agradecimento do
agraciado. Suas palavras foram um modelo de subserviência á técnica comunista e
de contradição ao próprio significado da homenagem... O agraciado invocou a
revolução cubana, que disse ser de todos nós, povos da América... preferindo
esse risco calculado a perder a ocasião de doutrinar a juventude universitária,
devidamente concentrada para participar da farsa.
Não falou de seu patrono para não lembrar que ele,
Lenine, disse que a política não é mais do que a continuação da guerra; e do
lacaio soviético de Havana esqueceu-se de que por suas mãos, ali assentou a
bota o imperialismo ideológico, político, econômico e militar da Rússia,
sustentando o títere que já substitui Deus nos altares profanados das Igrejas
de Cuba Cristã.
Bandeira a meio pau, Sr. Presidente, é o que
sugiro. Brasília está de luto.”
Ivan Luz, deputado pelo PRP |