quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Discurso de Ivan Luz acerca da entrega do Prêmio Lênin da Paz a Oscar Niemeyer

Em 20 de agosto de de 1963 o Deputado Federal pelo Partido de Representação Popular (PRP), herdeiro da Ação Integralista Brasileira (AIB), o excelentíssimo Sr. Ivan Luz discursa na Câmara dos Deputados acerca da entrega, na semana anterior a sessão, do Prêmio Lênin da Paz ao arquiteto Oscar Niemeyer. 

Ivan Luz discursa pela dignidade e honra de nossa nação, seu discurso pode ser encontrado tanto em vídeos no Youtube como no Diário do Congresso Nacional da sessão de terça-feira dia 20/08/1963, o discurso, pode-se verificar, é realizado no Pequeno Expediente daquele dia.

Segue o seu discurso completo digitalizado e um link,  no final, para o baixar em formato PDF.

Discurso de Ivan Luz (PRP) em 20/08/1963:



Na semana passada Brasília assistiu à encenação de uma típica noite soviética, levada à ribalta com todos os requintes de cinismo de que é capaz a propaganda comunista. Assim foi que recebeu o Sr. Oscar Niemeyer das mãos de um agente bolchevista, escalado para a ocasião, o prêmio Lenine da Paz, ante a um auditório composto da fina flor do sovietismo caboclo, ao qual não faltou o representante do Sr. Presidente da República, como era de se esperar, no caso o Sr. Darci Ribeiro, como era de se prever. Embecevidos lá estavam alguns estudantes pavlovianamente reflexionados, já incapazes de pensar, babando de puro êxtase marxista-leninista, enquanto outros em muito maior número, felizmente, espiavam a cena entre curiosos enáuseados.

Se a coisa fosse para ser levada a sério, teria ocorrido a alguém perguntar os méritos com que se apresentaria o arquiteto para ser tido como campeão da paz, substituindo assim, na história deste País, por decreto do Senhor de todas as Rússias e Satélites a figura de Caxias, o Pacificador. Mas ninguém perguntou, porque nas comunidades comunistas ninguém pergunta nada. Também ninguém indagou dos títulos soviéticos para distribuir prêmios de paz, pela mesma razão.

Vimos, assim, tranquilamente, sob loas publicitárias, o representante do mais feroz dos imperialismos que já dominaram o mundo, coberto de sangue de milhões de vítimas, que mantém sob escravidão cem milhões de pessoas fora de suas fronteiras, só na Europa; que praticou o mais nefando genocídio de que se tem memória, liquidando nações inteiras como a Letônia, a Estônia, a Lituânia, subjugando a ferro e fogo a Hungria, cuja juventude ainda agora está sendo fuzilada pelo crime de amar a Pátria e querer a sua liberdade; vimos, repito, esse embaixador do maior cárcere da história, cujas sentinelas assassinam com requintes de crueldade os desgraçados que tentam fugir ao desespero de seu paraíso, fazer-se arauto da paz, envergando a túnica dos anjos, sob os auspícios do acumpliciamento oficial que abastarda a dignidade e a honra de nossa Pátria.

Mas não faltou, como é óbvio, o agradecimento do agraciado. Suas palavras foram um modelo de subserviência á técnica comunista e de contradição ao próprio significado da homenagem... O agraciado invocou a revolução cubana, que disse ser de todos nós, povos da América... preferindo esse risco calculado a perder a ocasião de doutrinar a juventude universitária, devidamente concentrada para participar da farsa.

Não falou de seu patrono para não lembrar que ele, Lenine, disse que a política não é mais do que a continuação da guerra; e do lacaio soviético de Havana esqueceu-se de que por suas mãos, ali assentou a bota o imperialismo ideológico, político, econômico e militar da Rússia, sustentando o títere que já substitui Deus nos altares profanados das Igrejas de Cuba Cristã.

Bandeira a meio pau, Sr. Presidente, é o que sugiro. Brasília está de luto.

Ivan Luz, deputado pelo PRP

Fontes: 

Diário do Congresso Nacional


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