“Quer-se um regime para portugueses e
é no estudo da índole e do génio próprio da Grei, é na lição da experiência do
Passado e não em ideologias abstractas, é, portanto, com bases firmes que se
há-de construir o edifício nacional. A experiência é condição de progresso e de
enriquecimento colectivo. A Nação, por outro lado, não é constituída só pelos
portugueses de hoje. Repelir a Tradição o mesmo será que negar
a obra de constituição da nacionalidade e de engrandecimento territorial e
esquecer ingratamente todos os esforços e sacrifícios das gerações que nos
antecederam para que Portugal fosse mais próspero, mais forte, mais feliz.
Negar ou renegar o Passado nacional equivale a pretender que voltemos ao remoto
século XII, ao condado portucalense, dependente da estranha soberania. O
respeito à Tradição é condição de continuidade e evita as aventuras, os passos
em falso, os saltos no desconhecido.
Para o Integralismo, a Nação é uma grande família perpetuada no tempo
pela comunhão de afectos, de sofrimentos e alegrias, de dores e de esperanças,
na comovida lembrança dos Mortos e na ânsia de transmitir aos vindouros,
engrandecida, a herança dos Antepassados. A Democracia individualista,
desconhecendo a família instituição social e caminhando progressivamente para o
amor livre que animalizaria a humanidade, não pode compreender isto. Tem de
compreendê-lo, porém, quem vê na doce disciplina familiar uma condição
indispensável de vida material e de elevação espiritual. Desprendido dos laços
da família, o homem torna-se como a folha seca desprendida da árvore — que lhe
dá a seiva e a vida — e arrastada pelo vento, sem destino, sem norte, até se
desfazer em pó.”
[ASCENSÃO, Leão Ramos. O Integralismo Lusitano. Versão digital da Edição de 1943 das «Edições Gama», pela causanacional.net . Pág's 67-68]
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DEUS-PÁTRIA-FAMÍLIA