sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Um Pseudo Fascismo: O Nacional Sindicalismo Português - António José de Brito

UM PSEUDO FASCISMO: O NACIONAL-SINDICALISMO PORTUGUÊS 

(Mantida Grafia Original)

            O título desta comunicação assemelha-se imediatamente um paradoxo, uma reprovável busca de originalidade artificial, por parte de quem não encontrou nada de sólido e razoável a tratar.
            Efectivamente amigos e inimigos do Estado Novo, nacionais ou estrangeiros, da direita ou da esquerda, citam com unânime firmeza o Nacional-Sindicalismo como caso típico de fascismo.
            Apresentemos uns exemplos rápidos pois não temos aqui a pretensão de ser exaustivos.
            Nos «Anais da Revolução Nacional» de João Ameal e Domingos Mascarenhas, deparamos com a tranquila afirmação que o Nacional-Sindicalismo era «decalcado do nacional-socialismo»(1).
            Um ex-ministro de Salazar — José Hermano Saraiva em interessante programa de televisão para provar o anti-fascismo daquele último alegou a hostilidade que este mostrara ao Nacional-Sindicalismo.
            Em campo inteiramente diverso vemos, por exemplo, João Medina escrever «Salazar e os Fascistas»(2), sendo estes no caso os camisas azuis nacional-sindicalistas. E também nesse campo, António Costa Pinto na obra «Os Camisas Azuis»(3) atribui sem hesitações um carácter declaradamente fascista ao Nacional-Sindicalismo. O mesmo faz Hermínio Martins, ainda que com mais moderação, enquadrando o referido nacional-sindicalismo no género fascismo(4).
            Quanto a especialistas estrangeiros comecemos por mencionar Stanley G. Payne que, no quadro 2, do seu conhecido volume «Fascism» coloca, relativamente a Portugal, como fascistas os nacionais-sindicalistas frente à direita radical — integralistas — e à direita conservadora — União Nacional/Salazar, insistindo(5), aliás, no que já dissera no estudo «Fascism in Western Europe», inserido no volume de Walter Laqueur, «Fascism»: «o único genuíno movimento fascista sob Salazar foi o grupo nacional-sindicalista»(6).
            Igualmente Roger Griffin no seu «Fascism» que é uma antologia não deixa de incluir trechos do chefe nacional-sindicalista(7). Philip C. Schmitter no trabalho «As origens sociais, as bases económicas e os imperativos políticos do regime autoritário em Portugal», inserido em «I Fascisti» alude a «um movimento autenticamente fascista, auto-definido como nacional-sindicalismo»(8).
            Ernst Nolte em «Os movimentos fascistas da Europa de 1919 a 1945» escreve que o «partido fascista português que se chamava sindicalismo nacional… era dirigido pelo dr. Rolão Preto»9.
            Estarão todas estas autoridades equivocadas? Parece difícil de acreditar. No entanto, assim, acontece.
            Para o demonstrar teremos de proceder à tarefa de definir fascismo e nacional-sindicalismo. Não esqueçamos que omnis definitio periculosa est e correndo múltiplos riscos vamos meter mãos à tarefa.
            O caminho a seguir, apesar de tudo, não se assemelha tão difícil como isso. Encaremos o fascismo e o nacional-sindicalismo na sua realidade histórica e daí indutivamente elevemo-nos à almejada definição.
            Simplesmente para sustentarmos que isto ou aquilo que aparece na história é fascismo ou nacional-sindicalismo precisamos, já, de saber em que consistem o Fascismo e o Nacional-Sindicalismo, ou seja, precisamos de possuir a sua definição que à história íamos buscar. Estamos em pleno círculo vicioso.
Que caminho seguir, então?
Do ponto de vista a priori é lícito dizer que a questão central do que politicamente tem valor foi expressa no célebre «Diálogo para franco-maçons» de Lessing em que Ernst e Frank expõem:
Ernst: «Crês que o indivíduo foi criado para o Estado ou o Estado para o indivíduo?
Frank: «Alguns sustentam a primeira tese mas a mim parece-me mais verdadeira a segunda»(10).
Eis de facto a questão central: o valor está no homem singular ou no Estado entendido como comunidade política?
Já Aristóteles ensinava que o todo é o fim das partes e que a sociedade está para o indivíduo como o todo para a parte(11). E S. Tomás não deixava de o seguir, embora se deva esclarecer que para ele, acima do todo representado pela sociedade estava Deus como criador do universo, que o regia com a sua lei eterna(12). Tal perspectiva de uma maneira geral foi seguida na Idade Média e em boa parte da Idade Moderna.
Correspondia a uma visão do mundo ordenada e hierárquica em que ao homem é apontado um fim último — que porventura não atingirá — o qual está muito acima da comunidade política e respectivo bem; mas para alcançar esse fim o homem tem de submeter-se ao bem comum. O Estado vale mais que o homem, sem dúvida, contudo Deus, o Absoluto, vale mais que o Estado, que não tem o direito de afastar o homem de Deus. Deus transcende tudo e a sua representação sobrenatural na terra — a Igreja — transcende o Estado, embora este na ordem natural transcenda o homem singular tal como o homem transcende a natureza.
Estamos face a uma concepção que afirma o transcendente e em que a própria transcendência do Estado e do seu bem comum permite ao homem garantir a sua especificidade própria. Este está subordinado ao Estado e seu bem comum e precisamente porque subordinado é outra realidade.
Semelhante visão das coisas foi amplamente atacada no século dezoito elevando-se ao seu acme com a Revolução francesa. Claro que desde a Antiguidade que houve percursores das ideias dessa Revolução mas não vamos ocupar-nos do tema.
Passou a considerar-se a partir daí que o Estado era apenas um instrumento ao serviço do homem, este sendo o valor máximo na ordem política ou até em todas as ordens.
Não quer significar que Deus seja sempre banido. De qualquer modo acima do homem, na melhor das hipóteses, está Deus e nada mais.
Para os que não suprimem Deus, pelo menos entre homem e Deus nada há que vá elevando o homem através de graus sucessivos até ao divino. O homem está em contacto directo com Deus faça o que fizer e, por isso, não precisa de integrar-se no Estado para se ir aproximando do Absoluto, antes o Estado está muito abaixo do homem.
Contra a Weltanschauung que põe a comunidade política ao serviço do homem que a Revolução francesa divulgou, ergueram-se os inimigos desta última, procurando restaurar a doutrina tradicional da submissão do homem ao Estado. Na medida em que se opunham à Revolução foram chamados contra-revolucionários e as suas teses constituíram o património da contra-revolução ainda que, na verdade, sejam bem anteriores ao combate às ideias de 89.
Simplesmente a ideia do homem ao serviço do Estado não reveste tão só a modalidade tradicional.
Dir-se-á que o homem deve-se ao Estado não em função de um ordenamento estabelecido transcendentemente mas, sim, porque o Estado é concebido ele mesmo como o absoluto e o universal.
Nessa altura, os homens não ficam situados, como algo de diferente e subordinado, ao Estado mas têm de tornar-se eles próprios, o Estado. E este, por sua vez, são os homens mas enquanto superam a sua particularidade e se universalizam. Por assim dizer, desaparece a transcendência e passamos à imanência.
Homem e estado como que se identificam num movimento permanente. O homem procurar erguer-se até ao que vale em si e por si, ultrapassando a singularidade do seu eu, ou seja, estatificando-se, dando lugar a uma unidade inultrapassável sempre in fieri, sempre a realizar-se.
Temos, assim, que o valioso em si e por si é acção, acção que reveste uma forma universalizadora, estatificando-se.
Francisco Barcellos Rolão Preto

Há, pois, uma posição do homem perante o Estado diferente da contra-revolucionária. Na derradeira, o homem está colocado num cosmos em que o Estado tem um alto lugar embora não o mais alto. E ao homem cumpre-lhe aceitar disciplinadamente o seu posto, curvando-se perante o que o domina mas não absorve. É uma óptica conservadora ainda que firmemente anti-liberal e anti-democrática. Efectivamente, o homem não reclama o mando para si, antes se insere numa comunidade cujo poder se sobrepõe a ele, nem exige liberdade e direitos enquanto homem porque este não tem um valor em si e por si. Em contrapartida tem o direito de cumprir o seu dever que é ocupar a posição no todo que lhe foi destinado pelo Transcendente. Já na concepção imanentista, o homem tem por dever ultrapassar-se a si próprio, não é um momento de passividade antes deve activamente colocar-se ao serviço do Estado. Impõe-se, assim, uma vida actuante e criadora em que todos se dediquem apaixonadamente à sociedade política, que é uma criação sua quando cumprem aquilo que constitui obrigação ética.
Evidentemente que se o Estado é o Valor não o é o homem cuja missão é superar-se e se o valor não é o homem não tem ele direitos intrínsecos nem lhe cabe mandar. Surgem assim um anti-liberalismo e um anti-democratismo nítidos.
E acontece que tanto na concepção transcendentista como na imanentista e em consequência do referido anti-democratismo um comando monárquico torna-se indispensável. Na primeira, a totalidade em que o homem está integrado exige um poder que impeça as pessoas humanas de pôr em causa a coesão e a consistência da mesma. Esse poder só é estabilizador se for unificador. E só será unificador se pertencer a um só, nunca descendo à pluralidade — logo sendo transmitido hereditariamente.
Na concepção imanentista, a superação do homem singular tem de ser dirigida de modo a não se dispersar em actuações divergentes e contraditórias. A universalidade é unidade e, portanto, não pode ser atingida pela multiplicidade de directrizes e rumos. Exige ao invés uma autoridade soberana que encaminhe o múltiplo para o uno e que por isso tem de ser ela própria una. E para ser una não caberá a muitos mas a um só. Portanto, necessidade de um chefe que corporize a universalidade.
Expostas em linhas gerais as soluções que a razão pode dar ao problema das relações axiológicas entre o homem e o Estado debruçar-nos-emos sobre as concreções que tomaram historicamente. Como dissemos, a concepção transcendentista da supremacia da comunidade política sobre o homem foi dominante durante séculos e nas últimas centúrias ainda encontrou defensores.
Com a Revolução francesa surgiu o predomínio do homem singular sobre o Estado, que inspirou regimes e constituições e hoje em dia é uma espécie de religião que quase ninguém se atreve a contestar.
Contudo, no final do século XIX, apareceu a concepção imanentista de um anti-personalismo que exalçava o Estado acima de tudo. Os seus primeiros passos tiveram lugar em Itália, com a leitura gentiliana (e também, crociana) de Hegel, com o activismo ultra-patriótico do futurismo (em que havia traços de Nietzsche), com o sindicalismo violentista de Sorel, e com algumas das correntes de Associazione Nazionalista italiana que exaltavam ao máximo a nação.
Após a primeira guerra mundial surgiu um pequeno movimento, na área da esquerda — e, por isso, sem reflexos da tradição da transcendência — que uniu um italianismo ardente a uma série de posições sociais roçando até pelo demagogismo. Movimento que tinha uma forte aversão aos que negavam à herança dos combates nas trincheiras em nome dum pacifismo liberal e burguês ou dum pacifismo socialista de inspiração marxista.
Recordando os fáscios, constituídos para levar a Itália à intervenção no conflito bélico, tomou o nome de fascismo e passou a usar a camisa negra das tropas de choque — os arditi — e a saudar, romanamente, de braço ao alto.
A seguir a várias vicissitudes, em que se contam a ocupação das fábricas e a tentativa de greve geral que deram lugar a um refluxo anti-bolchevista, surgindo uma situação de quase guerra civil, o fascismo constituiu-se em partido em 1921, a tónica nacionalista — de um nacionalismo supra-personalista — sobrepondo-se a tudo o resto. Veja-se, por exemplo, o artigo primeiro do programa (fundamentos): «A nação não é a simples soma dos indivíduos vivos, nem instrumento dos partidos para os seus fins, mas um organismo compreendendo a série indefinida das gerações da qual os indivíduos (i singulari) são elementos transitórios: é a síntese suprema de todos os valores materiais e imateriais da estirpe»(13).
Em 1922 veio o triunfo, em 1925 a eliminação dos vestígios de demo-liberalismo. E nesse ano aparece o lema «Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado»(14); em 1926, na Carta del Lavoro lê-se: «a nação italiana é um organismo tendo fins, vida e meios de acção superiores pelo poder e duração aos dos indivíduos solitários ou agrupados que a compõem. É uma unidade moral, política, económica que se realiza integralmente no Estado fascista»(15).
Em 1932 é publicado o texto que, precisamente, formula a «Dottrina del Fascismo» onde se diz «o Estado é um Absoluto» e «nada de espiritual existe ou tampouco tem valor fora do Estado» prosseguindo-se mais adiante «fora do Estado não existem nem indivíduos nem grupos (partidos políticos, associações sindicais)». E a conclusão rompia: «neste sentido o fascismo é totalitário e o Estado fascista síntese e unidade de todos os valores interpreta e potencia a totalidade da vida do povo»(16).
Já antes Mussolini afirmara «representamos no mundo um princípio novo, a antítese nítida, clara, definitiva e categórica, da democracia, da plutocracia, da maçonaria, numa só palavra dos imortais princípios de 89»(17).
Basta percorrer a «Teoria generale dello stato fascista» de Sergio Panunzio e os «Principii di diritto publico generale» de Carlo Costamagna para vermos como a ideia monárquica era aceite.
Encontramo-nos, pois, perante uma teoria política que se define por um claro imanentismo, no primado do Estado sobre o homem ut singuli, que repele a democracia e o liberalismo, que deseja a mobilização de toda a sociedade e apela para a chefia de um só. O Fascismo foi, melhor ou pior, a realização (dados os obstáculos que representaram a Igreja, o exército e a república coroada) de um supra-personalismo imanentista. Também semelhante concepção encontra presença na Alemanha a partir de 1933. Debrucemo-nos perante a obra por assim dizer oficiosa «Die Philosophischen Grundlagen der Nationalsozialismus» de Otto Dietrich, publicada no «Volkische Beobachter». Lá deparamos com as seguintes frases: «No lugar do pensamento individualista temos de colocar o universalista, o pensamento comunitário, no lugar da visão do mundo mecânica a universalista ou se quisermos a visão do mundo orgânica»(18).
«O pensamento universalista põe a comunidade como o mais alto princípio»(19); a «concepção do mundo nacional-socialista não reconhece pura e simplesmente a sua concordância com a liberdade da personalidade antes exige-a no interesse da comunidade e da sua perfeita estruturação»(20). «A harmonia do querer próprio com o dever face à comunidade… está dada a priori com a realidade da comunidade»(21).
É claro que o cumprimento do dever que está contido na comunidade mesma implica um esforço permanente de todos, uma sinergia de vontades sempre em acção, logo uma mobilização total e, claro, o repúdio do liberalismo e da democracia(22) e, obviamente, a direcção por parte de um Führer que não é órgão nem representante nem mandatário dos indivíduos singulares antes a corporização viva da própria comunidade.
Podemos assim reunir as duas construções políticas referidas, unitariamente(23) e posto que o Fascismo foi o primeiro a emergir denominaremos o Nacional-Socialismo o fascismo alemão.
E o Nacional-Sindicalismo português? Veio a tornar-se visível em plena Ditadura Militar quando Salazar já tinha proferido em 1930 o discurso impropriamente chamado da Sala do Risco que marcava as grandes linhas do futuro Estado Novo a edificar.
Em tal ano foi fundada a União Nacional destinada a apoiar Salazar e a situação. O Nacional-Sindicalismo datou de 1932. Sem dúvida, este apelava para as massas, procurava captar os humildes e o povo enquanto a União Nacional buscava acima de tudo o apoio dos notáveis tradicionais. E os nacionais-sindicalistas, como os fascistas e os nacionais-socialistas usavam uniforme, no caso, a camisa azul e, também, saudavam de braço estendido. As suas declarações anti-democráticas e anti-liberais eram insistentes, formulavam ardentes elogios à Itália fascista, celebrando com júbilo a subida de Hitler ao poder e desdobrando-se em aplausos ao III Reich.
Comecemos por acentuar que anti-democratismo e anti-liberalismo não são exclusivos do Fascismo. Eles, também, são próprios do pensamento contra-revolucionário de cunho transcendentista. Além disso, os ataques à democracia e ao liberalismo patentes no Nacional-Sindicalismo são demasiado genéricos e pouco aprofundados, como que alusivos ao que já está claramente demonstrado e provado, sem uma busca de fundamentação séria.
Mas, observar-nos-ão: e os elogios ao Fascismo e ao Nacional-Socialismo?! De que maneira pô-los de lado? Voltemo-nos, então, para os mesmos.
João Medina, declara que o Nacional-Sindicalismo «para além de beneficiar do impacto psicológico directo da fulgurante ascensão do nazismo lhe imitou tanto o essencial da ideologia como até da mímica e da encenação popular»(24), mas não fornece nenhum texto que patenteie uma afinidade ideológica substancial. Ele cita aplausos, apologias e até um delicioso péan do Sr. Dutra Faria (anos depois, simpatizante da cruzada das democracias) que termina com um «Hitler venceu, viva Hitler» mas qualquer trecho doutrinariamente significativo não. E acaba por reconhecer que «o nosso nacional-sindicalismo, é sobretudo um eco local, específico e lusitanizado, dum movimento europeu»(25).
De idêntica maneira, Costa Pinto (aliás, sempre mais objectivo e sereno que João Medina) entende que «…movimentos como o N/S português…» demarcam-se «sobretudo pela acção política e não nos fundamentos ideológicos do paradigma reaccionário da A. E.»(26).
Totalitarismo autêntico é bem difícil de vislumbrar no reaccionarismo. Mas, deixemos a invocação de autoridades (se é que Medina se pode considerar uma autoridade no assunto!) e passemos às provas directas.
Em Janeiro de 1933, Rolão Preto numa entrevista à United Press respondia que «o Fascismo, o Hitlerismo são totalitários divinizadores do Estado cesarista, nós outros pretendemos encontrar, na tradição cristianíssima do Povo Português a fórmula que permita harmonizar a soberania indiscutível do interesse nacional com a nossa dignidade de homens livres, de vivos seres espirituais»(27).
Excesso de prudência uma vez que se tratava da United Press conforme aventa o citado Costa Pinto?
Em Fevereiro do mesmo ano no banquete do Parque Eduardo VII repetiu que estava «para além do fascismo e do hitlerismo»(28).
Prudência e disfarce?
Talvez se pense assim, mas não deixa de ser estranho a reiteração de semelhante atitude, já com fundamentação doutrinária, a 16 de Julho de 1933, no Teatro S. Carlos, em discurso onde Rolão repete «Nós estamos para além do fascismo que é escravidão do homem em proveito do Império. Nós ao contrário queremos o indivíduo no quadro da família, em proveito do homem…o indivíduo no quadro da nação em proveito e garantia do homem. Cada um desses quadros é um círculo de liberdade que protege o homem contra a vontade arbitrária dos tiranos»(29).
É certo que poderão objectar que na «Acción Española» de Março de 1934, Rolão Preto alude «essência totalitária e solidária» do «regímen nacional-sindicalista» e refere-se ao «edifício social económico totalitário»(30).
No entanto, no mesmo texto, ele brada que «nós não entregamos e submetemos o homem inteiramente ao Estado», fala na «posição superior e invencível» do homem(31). De resto, não se compreende como associa o adjectivo solidário a totalitário sabendo-se que o solidarismo foi uma doutrina de índole democrática muito divulgada na III República francesa.
Em todo o caso, prosseguindo e concluindo o estudo de Março de 1934, da «Acción Española», em Abril desse ano, Rolão lá refere as «profundas possibilidades de emancipação económica e social» da «personalidade humana» inerente ao nacional-sindicalismo»(32).
E numas «Directrizes» de 1935 (que acaso representam doutrina já anteriormente expressa) Rolão Preto afirma: «1.º - A Revolução Nacional-Sindicalista tem por fim garantir à personalidade humana a posse de todos os seus direitos para cumprimento integral dos seus deveres sociais. 3.º - O Homem não é indivíduo, é pessoa»(33).
Eis a distinção moderna entre indivíduo e pessoa dos Maritain e dos Mounier que nunca foi perfilhada pelo fascismo e que é antes própria da sua antítese — o personalismo.
Temos assim, em resumo, uma exaltação do homem para além da comunidade política, que é apenas um instrumento ao serviço do primeiro, ao contrário do fascismo que considera que o homem só é valor no e pelo Estado. Em suma, o Estado existe para o homem contrariamente ao Fascismo e até ao pensamento tradicional, contra-revolucionário.
Claro que nos dirão que isto são preciosíssimos doutrinários e que o que interessava era o dinamismo da acção por um lado e por outro a exterioridade dos aplausos ao Fascismo. Isso bastaria para dar ao Nacional-Sindicalismo uma cor fascista? Não o cremos! O dinamismo da acção abstraindo das finalidades não caracterizava nada. E o que é mera aparência externa, sem substância, também não serve para definir o que quer que seja. Reduzir o Fascismo a um conjunto de marchas e saudações é absurdo!
Em 1933-34 em Portugal havia, assim, dois grupos no Estado Novo: um, sob a égide de Salazar, de estrutura contra-revolucionária e que repelia o totalitarismo; outro sob a chefia de Rolão Preto e, com uma imagem ilusória fascizante, mas na realidade personalista e humanista.
União Nacional e Nacional-Sindicalismo, dois leaders diferentes, duas ideologias distintas, procurando assenhorear-se da Revolução do 28 de Maio. Os atritos tiveram amplamente lugar e, de ambos os lados, trocavam-se acusações. Os nacionais-sindicalistas acusavam a U.N. de pactuar com os restos do republicanismo derrubado que procurava infiltrar-se no statuo quo — penetralho —; do lado da U.N. censuravam o N.S. de seguir modelos estrangeiros e de ser apologista do totalitarismo — o que não era exacto — que o Estado Novo repudiava.
O choque tornou-se inevitável e depois de reuniões e de encontros em que se debateu o problema das três atitudes possíveis: «Pelo poder», «Contra o poder» ou «Sem o poder»(34); uma parte dos nacionais-sindicalistas pronunciou-se por Rolão Preto e uma atitude de independência; a outra entendeu que havia que dar apoio a Salazar e ao Estado Novo.
Surgiu assim um nacional-sindicalismo dissidente que chegou a ter um órgão jornalístico dirigido por Manuel Múrias e combatido azedamente pelos fiéis a Rolão Preto.
Em 28 de Julho de 1934, Salazar, em nota oficiosa, apontou o que considerava alguns pontos erróneos do Nacional-Sindicalismo, fazendo um apelo aos militantes desse movimento no sentido que se inscrevessem na União Nacional, sem o que passariam a ser tratados como indiferentes ou inimigos.
Os chamados dissidentes, que não acatavam incondicionalmente Rolão Preto, responderam positivamente e os restantes deixaram cair no vácuo o apelo de Salazar, passando a enfileirar numa oposição aberta ao Poder.
João Medina refere-se-lhes como «fascistas puros»(35). A serem-no seria de esperar um combate em nome de um totalitarismo estricto e sem compromissos a um regime marcado pelo espírito contra-revolucionário, com bastante de conservador e passadista e infiltrações revilharistas. Foi isso que se verificou? Não, de maneira alguma. O fascismo dito puro mancomunou-se, imediatamente, com democratas clássicos e anarquistas para derrubar Salazar. Foi o golpe de Setembro de 1935. As bases programáticas dos golpistas eram: amnistia, abolição da censura, preparação da nova ordem constitucional. Fascismo puro, consoante, é óbvio.
Mera táctica, ripostar-nos-ão. Não parece; querendo expressar o seu pensamento, num livro datado de 1 de Maio de 1936, Rolão Preto escreve passagens como estas: «Duas tendências se foram definindo ao longo dos séculos: aquela que aumentava os deveres do homem em proveito dos direitos do grupo, e a sua contrária. Todas as fórmulas de tirania, desde os tempos primitivos ao feudalismo, desde o feudalismo aos Estados Totalitários actuais (Comunismo e Fascismo), têm a sua origem na primeira destas tendências; todas as tentativas de exaltação e dignificação do Homem provêm da segunda. (…) A liberdade aparece, portanto, como uma das condições máximas do homem. É que ela cria à Personalidade o clima moral indispensável ao conhecimento de si própria, e é através dela que se exprime a justa concordância entre o homem e o grupo de que faz parte. (…) A liberdade mostra-se em vários aspectos essenciais: a liberdade interior do homem, a liberdade cívica e a liberdade económica.»(36). Fascismo, isto?!
Mas Rolão Preto não se fica por aqui e fala com naturalidade no «…Poder, centro espiritual que (…) proteja todas as possibilidades do desenvolvimento da pessoa humana e da colectividade nacional…(37) (…) «A Revolução não aceita a representação que, dentro da vida cívica, não significa os direitos da livre crítica…» (…) «A representação será pois funcional, e sancionada pelo sufrágio popular organicamente expresso.»(38) «A Revolução não pode aceitar a censura, porque não aceita nenhum limite para as liberdades espirituais.»(39) (…) «Liberalismo? Democracia? O que nos interessa no Liberalismo, como na Democracia, não é a música das suas fórmulas, nem o brilho o brilho das palavras que estes sistemas entronizaram, mas, sim, o sentido de justiça que inspirava os homens ao criá-las.»(40) Fascismo puro, como se vê!
E não se esqueça que «Os direitos da Personalidade são a regra fundamental, que através da história informa o espírito dos costumes e das instituições do país»(41).
E sublinhemos, finalmente, que o volume é dedicado à memória do bisavô e do filho deste, António Maria, inimigos do Rei legítimo, D. Miguel, em homenagem «Ao seu alto sonho de liberdade e de justiça que por o seu sangue em mim se continua e afervora na nova batalha pelo resgate da Personalidade Humana.»(42). Comentários desnecessários!
Em todo o caso observar-se-á que em 18 de Julho de 1936 eclodiu a guerra civil de Espanha e que Rolão alinhou com os inimigos da Frente Popular, apoiados por duas potências autenticamente fascistas — Itália e Alemanha e até pelo Portugal de Salazar.
De qualquer forma, da guerra civil, e antes dela acabar, Rolão Preto extraiu um livro assas curioso em que há, por exemplo, um ambíguo sonho em que se defronta serenamente, quase amigavelmente com um rojo, onde deparamos uma viva exaltação do pitoresco irlandês “general” O`Duffy (que nunca esteve em combate) o qual é contraposto a um De Valera com traços que visam o chefe do Estado do Novo e são escritas as linhas deste diálogo com um voluntário fascista: «— Significa isso que o “Homem”, a pessoa Humana seja coisa vil, miserável, e sem interesse perante a grandeza magnífica do Império? — Sem dúvida!» E, logo, Rolão virtuosamente escandalizado brada: «— Ó Pietro Alba! (…) Para onde vai assim o mundo, à força de escutar tantas e tantas afirmações, em que o Homem se nega a si próprio…»(43).
Depois de considerar que Sorel é que esteve na origem do Fascismo e do bolchevismo, proclama que se houvesse Santo Ofício seria a obra de Sorel que mereceria ser lançada ao fogo. Confessando que «(…) todos nós temos responsabilidades na criação do ambiente soreliano» traça logo a restrição «(…) Claro está que ao aplaudirmos, por exemplo, a violência dos ataques contra o Direito Formal, não visávamos, de modo algum, a anulação das garantias para a Pessoa Humana»(44). Claro está.
Adiante lastima a «queda de todo o respeito pela dignidade inerente ao homem». Não vale a pena continuar. Lembremos, por fim, que descobre que a vitória falangista trará uma «Espanha personalista e imperial»(45) (como se os termos se não contradissessem!)
Em 1939, dá uma série de entrevistas à «Voz de Portugal». Aí repete que o pensamento nacional-sindicalista «é Personalista e comunitário. Personalista pelos fins a atingir, comunitário, isto é, sindicalista, pelos meios de que se serve.»(46), entoa a ária da liberdade do espírito contra a censura, reafirma-se partidário da liberdade de associação e produz esta interessante tirada «O chefe é um instrumento de força popular» (…) «Procurador do povo, todo o poder lhe vem do povo…»(47). De certo modo, por momento, parece dizer o contrário, porque a coerência não é o seu forte. Mas não passa, precisamente, de aparência. A insistência de Rolão está em repetir que situa «(…)para além do fascismo, para além do hitlerismo, para além do comunismo — Pela dignidade da Pessoa Humana!»(48).
No mesmo ano, Rolão reuniu em brochura uns artigos publicados n` «A Época», em 1922, com uma pequena introdução. Nela escreve: No plano de justiça social e da restauração da personalidade Humana saberá o fascismo evoluir também e ultrapassar-se, realizando um novo tipo de homem forte, mais justo, porém e mais livre?
Saberá o fascismo não se esquecer que o seu destino dependerá, sobretudo, das elites que conseguir formar e que a mais alta das aristocracias é sempre aquela que realiza a mais alta independência de Pensamento?»49
A. J. Brito

Eis em resumo: um belo programa de democratização do Fascismo.
 Veio o conflito iniciado em Setembro de 1939 e terminado em 1945. Rolão Preto publicou um volumezinho, «Para além da Guerra». Pretendeu-se que aí «mostrava a sua admiração pelos exércitos hitlerianos», citando-se as páginas 82-83(50). Julgo haver equívoco. Rolão o que faz é mostrar ou tentar mostrar que um exército totalitário presta homenagem à pessoa humana. E com ironia, não deixa de dizer «Prodigioso milagre!»(51).
Também se salienta que ele considerava, nessa obra, que «O triunfo do Bloco inglês significará a queda inevitável da nossa actual civilização e o consequente advento do comunismo judeo-mongólico que fez a ruína da Rússia»(52), exclamando a seguir «com manifesta germanofilia»(53) que «A Alemanha actual socialista e popular está muito acima da velha Inglaterra capitalista e feudal…»(54)
As frases citadas não traduzem, todavia, o pensamento de Rolão Preto. Ele ficciona um debate entre um partidário do III Reich e um aliadófilo. Na boca do primeiro é que põe as proposições transcritas, cuja refutação se encontra da parte do entusiasta dos anglo-soviéticos. Prudentemente, sem tomar partido, Rolão só declara: «…E o debate alonga-se indefinitamente com argumentos duma e doutra parte»(55).
E verdadeiramente o que profetizava era «o triunfo integral da Pessoa Humana»(56)
Quando a conflagração terminou deu à luz um pitoresco volume intitulado «A Traição Burguesa» onde, depois de proclamar Hitler e Mussolini «tiranos» brada, por exemplo, «Oh! totalitários, oh! sonhadores, imprudentes do Estado indiscutível, oh! estatistas que esqueceis as liberdades sagradas (…)»(57) e conclui assim «À liberdade política individual dos ingleses juntar-se-á talvez a necessária justiça económica que eles reclamam. Se assim for e, portanto, se às garantias individuais que os ingleses disfrutam — liberdade de expressão pública do pensamento, liberdade de associação, liberdade religiosa, etc, — a Revolução Trabalhista juntar a segurança económica, o Homem terá dado um passo em frente no caminho da dignidade do Homem.»(58)
Asserções de um sabor puramente fascista, não é verdade?!
            E não vale a pena prosseguir aprofundadamente. Vieram a seguir a colaboração no jornal «República», órgão anti-fascista por excelência, o apoio à campanha de Humberto Delgado e finalmente a adesão ao abrilismo, onde apareceu a chefiar um mini-partido do regime, mini-partido com a denominação (apenas) de monárquico.
            Rolão Preto que começou por dar uma cobertura folcloricamente fascista a um movimento que, na substância, se afastava consideravelmente do feixismo, acabou por abandonar o folclore e voltar-se abertamente para a democracia triunfante, sem quaisquer disfarces.
            Pelo caminho foram-no abandonando muitos dos seus partidários, escandalizados com a sua involução. Deles bom número, como dissemos, acolheram-se à chefia de Salazar que, mais moderado nas manifestações exteriores e não sendo totalitário, se mantinha firmemente fiel aos princípios da Contra-Revolução. Rolão Preto e os que o acompanhavam foram transformando o nacional-sindicalismo inicial, que era um pseudo-fascismo, num cada vez mais patente e declarado anti-fascismo.
            A conclusão é que em Portugal nunca houve fascismo a valer excepto como congeminação de um ou outro espírito solitário.
            Foi um bem, foi um mal? Não nos compete hic et nunc pronunciar-nos sobre o assunto.

António José de Brito

Notas:
1 – João Ameal e Domingos Mascarenhas, Anais da Revolução Nacional, vol. III, p. 316. A frase é «em moldes cada vez mais decalcados do partido nacional-socialista».
2 – João Medina, Salazar e os fascistas. Bertrand, Lisboa, 1978.
3 – O título completo do livro de Costa Pinto é suficientemente elucidativo, Os Camisas Azuis, ideologia, elites e movimentos fascistas em Portugal. 1914-1945. Ed. Estampa, Lisboa, 1994.
4 – Hermínio Martins, Portugal in El Fascismo Europeo, dirigida por S. J. Woolf, trad. espanhola de Amaro Gonzalez Barrera, Grijalbo, México, 1970, pp. 298 e 308. Na edição inglesa que possuímos Fascism in Europe, ed. S. J. Woolf, London, New York, Methuen, 1981 não está incluído nenhum capítulo sobre Portugal.
5 – Stanley Payne, Fascism, Madison-Wisconsin, University of Wisconsin Press, 1980, p. 16; cfr. p. 158.
6 - Stanley Payne, Fascism in Western Europe in Fascism, ed. Walter Laqueur, Harmondsworth, Middless, Penguin Books, 1979, p. 310.
7 – Roger Griffin, Fascism, Oxford, Oxford University Press, 1995, pp. 192-195.
8 – Philip C. Schmitter, Le origini sociali, le basi economiche e le imperative politici del regime autoritaro in Portugallo, in I Fascisti, edizione italiana a cura di Marco Tarchi. Firenze, Ponte alle Grazie, 1996, p. 519.
9 – Ernst Nolte, Les Mouvements Fascistes, trad. do alemão de Remi Laureillard, Paris, Calmann-Levy, 1991, p. 339.
10 – Lessing, Gespräche für Freimaurer, ed. bilingue, trad. francesa de Pierre Grappin. Paris, Aubier-Montaigne, 1946, p. 50.
11 – Aristóteles, Politica, trad. inglesa de H. Rachkam. Cambridge, Massachusetts, London, Loeb Classical Library, 1977, I, 8-9 e 11-1.
12 – Ver as citações adequadas de S. Tomás no meu estudo «S. Tomás e o Personalismo» in Razão e Dialéctica, Lisboa, INCM, 1994, pp. 219-236 e 359-364 (para as notas).
Não consideramos esse ensaio um nec plus ultra. Hoje em dia algo lhe acrescentaríamos apresentando, pelo menos, dois outros argumentos que, às vezes, são invocados a favor do personalismo de S. Tomás e procedendo à respectiva refutação. No essencial, o meu ponto de vista não se alterou.
13 – O programa do Partido Nacional Fascista de 1921 está transcrito no apêndice da obra de Renzo De Felice, Mussolini, il fascista, I, Torino, Einaudi, 1966, 5.ª ed., pp. 756-763.
14 – Benito Mussolini, Discurso no Scala de Milão, III aniversário da Marcha sobre Roma in Scritti e Discorsi, V, dal 1925 al 1926, Milano, Hoepli, 1934-XIII, p. 162.
15 – Carta del Lavoro, art.º 1. O texto da Carta del Lavoro está integralmente transcrito em Renzo De Felice, Mussolini, il fascista, II, Torino, Einaudi, 1968, pp. 542-547.
16 – Benito Mussolini, La Dottrina del Fascismo, Roma, Instituto della Enciclopédia Italiana XVI, p. 21, 5.
            Como se sabe, a Doutrina do Fascismo foi escrita por Giovanni Gentile e atentamente revista por Mussolini, que fez uma ou outra correcção. Veja-se, por exemplo, uma delas em Emílio Gentile, La Voie Italienne au Totalitarisme, Mónaco, édtions du Rocher, 2004, trad. francesa de Phillipe Baillet, p. 219.
17 – Benito Mussolini, Scritti e discorsi V dal 1925 al 1926, cit., p. 311.
18 – Otto Dietrich, Die philosophischen Grundlagen der Nationalsozialismus, Breslau, Ferdinand Hirt, 1935, p. 17.
19 – Otto Dietrich, idem, p. 29.
20 – Otto Dietrich, idem, p. 29.
21 – Otto Dietrich, idem, p. 30.
22 – Otto Dietrich, idem, p. 26, pp. 39-40.
23 – Otto Dietrich, idem, p. 27, escreve: «O fascismo italiano é afim à posição espiritual nacionalsocialista».
            É inútil acrescentar que Otto Dietrich depois da derrota renegou as suas ideias, como aconteceu com a grande maioria dos alemães.
            O que interessa, como depoimento, é a sua obra desse período tratando-se de uma pessoa que esteve Mit Hitler in die Macht — título de um dos seus livros célebres célebres.
24 – João Medina, Salazar e os fascistas, cit., p. 129.
25 – João Medina, idem, ibidem.
26 – António Costa Pinto, Os Camisas Azuis, cit., p. 149.
28 – António Costa Pinto, idem, p. 115.
29 – José Plácido Barbosa, Para além da Revolução… a Revolução. Entrevistas com Rolão Preto, p. 127.
30 – Rolão Preto, El nacional-sindicalismo português, V, in Acción Española, tomo IX, n.º 49, pp. 47-49.
31 – Rolão Preto, idem, p. 47 e 52.
32 – Rolão Preto, idem, VI,  in Acción Española, tomo IX, n.º 50, p. 170.
33 – Rolão Preto, Directrizes, art. 1 e 3.
34 – António Costa Pinto, Os Camisas Azuis, cit., p. 241 e segs.
35 – João Medina, Salazar e os fascistas, cit., p. 51.
36 – Rolão Preto, Justiça!, Lisboa, Tipografia Leiriense, 1936, pp. 51-52.
37 – Rolão Preto, idem, pp. 94.
38 – Rolão Preto, idem, pp. 95.
39 – Rolão Preto, idem, p. 98.
40 – Rolão Preto, idem, p. 183.
41 – Rolão Preto, idem, p. 191.
42 – Rolão Preto, idem, p. 1.
43 – Rolão Preto, Revolução Espanhola. Lisboa, Bertrand, s/d, pp. 113-114.
44 – Rolão Preto, idem, pp. 50-51.
45 – Rolão Preto, idem, p. 135.
46 – José Plácido Barbosa, Para além da Revolução… a Revolução. Entrevistas com Rolão Preto, p. 27.
47 – José Plácido Barbosa, idem, p. 76.
48 – José Plácido Barbosa, idem, p. 92.
49 – Rolão Preto e o Fascismo, Guimarães, 1939, p. XV
50 – João Medina, Salazar e os fascistas, cit., p. 51.
51 – Rolão Preto, Para Além da Guerra, Lisboa, Gama, 1942, p. 83.
52 – João Medina, Salazar e os fascistas, cit., p. 51.
53 – João Medina, idem, ibidem.
54 – João Medina, idem, ibidem.
55 – Rolão Preto, Para Além da Guerra, cit., p. 99.
56 – Rolão Preto, idem, p. 83. Ele põe um ponto de interrogação sobre esse «triunfo», mas adiante a pp. 86-87, já não interessa e afirma-o com energia.
57 – Rolão Preto, A Traição Burguesa, Lisboa, Pro Domo, 1945, pp. 162 e 201.

58 – Rolão Preto, idem, p. 241.

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