quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Para fora do opróbrio: O caminho de uma nação para o Cristo

O presente texto, que pretende ser simples e breve, foi publicado, primeiramente, em meu facebook pessoal, posteriormente na página oficial da Frente Integralista Brasileira na mesma rede social e agora por aqui... espero que seja uma leitura agradável.

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“Se pretendêssemos explicar por meios puramente humanos o princípio da sociedade e da civilização, além dos laços naturais da família, primeiro germe da associação, mas não da civilização, o acharíamos na poesia religiosa; e nos poetas os primeiros legisladores, os primeiros filósofos, os primeiros hierofantes e civilizadores do gênero humano.”


[MAGALHÃES, Domingos José Gonçalves. Factos do Espírito Humano. Ed. Livraria D' Auguste Fontaine. Paris, 1858; Pág 8]

Acrescento, à um dos primeiros filósofos nacionais, que fora o grande Visconde do Araguaia, que o princípio da sociedade e da civilização se fez na poesia religiosa porque de Deus emana a Lei que é sempre justa. 

Tudo o que vemos de corrupção das diretrizes da associação e civilização que se proliferou através, primeiro, dos milênios, depois, dos séculos, das décadas, dos anos e agora dia a dia, não é mais do que consequência do desvio desse emanar de Lei justa primordial, logo a poesia deixou de ser religiosa, aquela que em verdade é a palavra viva, a legislação e, depois, os poetas deixaram de ser os legisladores.

Não há mais legislação: há corrupção. 

Não há mais legisladores: há corruptores. 

E qualquer nação, que pretenda deixar este opróbrio e ter a virtude precisa crer, nem que seja como Sócrates em oposição à Filebo: 

“Ora bem: o que Filebo afirma, é que, para todos os seres animados, o bem consiste no prazer e no deleite, e tudo o mais do mesmo gênero. De nossa parte, defendemos o princípio de que talvez não seja nada disso, mas que o saber, a inteligência, a memória e tudo o que lhes for aparentado, como a opinião certa e o raciocínio verdadeiro, são melhores e de mais valor que o prazer, para quantos forem capazes de participar deles, e que essa participação é o que há de mais vantajoso pode haver para os seres em universal, presentes e futuros.”

[SÓCRATES. In (PLATÃO. Filebo.)] 

E por este raciocínio verdadeiro certamente se aproximará de uma das mais belas conclusões socráticas e advertências aos insensatos: 

“Soubera ele (Sócrates) que Aristodemo não oferecia aos deuses sacrifícios nem preces, que não se socorria da adivinhação e até chufeava dos que observam tais práticas.
— Dize-me, Aristodemo — interpelou-o — haverá homens que admires pelo talento?
— Por certo.
— Nomeia-os.
— Na poesia épica admiro sobretudo Homero, no ditirambo Melanípedes, na tragédia Sófocles, na estatuária Policleto, na pintura Zêuxis.
— Quais são, a teus olhos, mais dignos de admiração, os artistas que fazem imagens sem razão e sem movimento ou os artistas que criam seres inteligentes e animados?
— Por Júpiter! os que criam seres animados, desde que tais seres não sejam obra do acaso, mas de uma inteligência-
— Das obras sem destinação manifesta e daquelas cuja utilidade é incontestável, quais consideras como produto do acaso ou de uma inteligência?
— Justo é perfilhar a uma inteligência as obras que tenham fim de utilidade.
— Não te parece então que aquele que, desde que o mundo é mundo, criou os homens lhes haja dado, para que lhes fossem úteis, cada um dos órgãos por intermédio dos quais experimentam sensações, olhos para ver o que é visível e ouvidos para ouvir os sons? De que nos serviriam os odores se não tivéssemos narículas? Que idéia teríamos do doce, do amargo, de tudo o que agrada ao paladar, se não existisse a língua para os discernir? Ao demais, não achas dever olhar-se como ato de previdência que sendo a vista um órgão frágil, seja munida de pálpebras, que se abrem quando preciso e se fecham durante o sono; que para proteger a vista contra o vento, estas pálpebras sejam providas de um crivo de cílios; que os supercílios formem uma goteira por cima dos olhos, de sorte que o suor que escorra da testa não lhes possa fazer mal; que o ouvido receba todos os sons sem jamais encher-se; que em todos os animais os dentes da frente sejam cortantes e os molares aptos a triturar os alimentos que daqueles recebem; que a boca, destinada a receber o que excita o apetite, esteja localizada perto dos olhos e das narículas, de passo que as dejeções, que nos repugnam, têm seus canais afastados o mais possível dos órgãos dos sentidos? Trepidas em atribuir a uma inteligência ou ao acaso todas essas obras de tão alta previdência? 
— Não, por Júpiter! — respondeu Aristodemo — parece, sem dúvida, tratar-se da obra de algum artífice sábio e amigo dos seres que respiram.
— E o desejo inspirado às criaturas de se reproduzirem, e o desejo inspirado às mães de alimentarem o próprio fruto, e neste fruto o maior amor à vida e o mais profundo temor da morte?
— Evidentemente tudo isso são obras de um ente que decidira existissem animais.
— Crês-te um ser dotado de certa inteligência e negas existir algo inteligente fora de ti, quando sabes não teres em teu corpo senão uma parcela da vasta extensão da terra, uma gota da massa das águas, e que tão-somente uma parte ínfima da imensa quantidade dos elementos, entra na organização do teu corpo? Pensas haver açambarcado uma inteligência que conseguintemente inexistiria em qualquer outra parte, e que esses seres infinitos em relação a ti em número e grandeza sejam mantidos em ordem por força ininteligente?
— Sim, por Júpiter! pois não lhes vejo os autores como vejo os artífices das nossas obras.
— Tampouco vês tua alma, senhora de teu corpo: de sorte que poderias dizer nada fazeres com inteligência, mas tudo fazeres ao acaso.
Aristodemo: — Claro, Sócrates, que não desprezo a divindade. Mas creio-a muito grande para ter necessidade de meu culto.
— Contudo — retorquiu Sócrates — quanto maior for o ente que se digna de tomar-te sob sua tutela tanto mais lhe deves homenagens. 
— Pois olha, se achasse que os deuses se ocupam dos homens, não os negligenciaria.
— Como! Julgá-lo que não, se, antes de mais nada, só ao homem, dentre todos os animais, concederam a faculdade de se manter de pé, postura que lhe permite ver mais longe, contemplar os objetos que lhe ficam acima e melhor guardar-se dos perigos! Na cabeça colocaram-lhe os olhos, os ouvidos, a boca. E enquanto aos outros animais davam pés que só lhes permitem mudar de lugar, ao homem presentearam também com mãos, com o auxílio das quais realizamos a maior parte dos atos que nos tornam mais felizes que os brutos. Todos os animais têm língua: a do homem é a única que, tocando as diversas partes da boca, articula sons e comunica aos outros tudo o que queremos exprimir. Deverei falar dos prazeres do amor, cuja faculdade,.restrita para todos os outros animais a uma estação do ano, para nós se estende ininterruptamente até a velhice? Nem se satisfez a divindade em ocupar-se do corpo do homem, mas, o que é o principal, deu-lhe a mais perfeita alma. Efetivamente, qual o outro animal cuja alma seja capaz de reconhecer a existência dos deuses, autores deste conjunto de corpos imensos e esplêndidos? Que outra espécie além da humana rende culto à divindade? Qual o animal capaz tanto quanto o homem de premunir-se contra a fome, a sede, o frio, o calor, curar as doenças, desenvolver as próprias forças pelo exercício, trabalhar por adquirir a ciência, recordar-se do que viu, ouviu ou aprendeu? Não te parece evidente que os homens vivem como deuses entre os outros animais, superiores pela natureza do corpo como da alma? Com o corpo de um boi e a inteligência de um homem não se estaria em melhor condição que os seres apercebidos de mãos mas desprovidos de inteligência. Tu, que reúnes essas duas vantagens tão preciosas, não crês que os deuses se carpem de ti? Que será preciso então que façam para convencer-te?
— Que me enviem, como dizes que te enviam, avisos sobre que deva ou não fazer.
— Quando falam aos atenienses que os interrogam por meio da adivinhação, julgas que não falam a ti também? Da mesma forma, quando por prodígios manifestam sua vontade aos gregos, a todos os homens, serás tu o único esquecido? Pensas que se não tivessem poder para tanto, os deuses teriam incutido nos homens a crença de poderem distribuir o bem e o mal, e que os homens, por eles enganados há tantos séculos ainda não o teriam percebido? Não vês que as instituições humanas mais antigas e mais sábias — estados e nações — são também as mais religiosas, que as épocas mais lúcidas são também as de maior piedade? Saiba, meu caro, que tua alma aposentada em teu corpo, governa-o como lhe apraz. Mister é acreditar, portanto, tudo dispor a seu grado a inteligência que habita o universo. Quê! tua vista pode abranger um raio de vários estádios e os olhos da divindade não poderiam tudo abarcar ao mesmo tempo! Teu espírito pode ocupar-se simultaneamente do que se passa aqui, no Egito, na Sicília, e a inteligência da deidade não seria capaz de em tudo pensar a um só tempo! Certo, se obsequiando os homens, « aprendes a conhecer os que também são suscetíveis de obsequiar-te; se prestando-lhes serviços, vês os que por seu turno estão dispostos a retribuir-te; se deliberando com eles, distingues os que são dotados de prudência: assim também, rendendo homenagem aos deuses, verás até que ponto estão dispostos a esclarecer os homens sobre o que nos ocultaram, conhecerás a natureza e a grandeza dessa divindade que tudo pode ver e ouvir contemporaneamente, estar presente em toda parte e de tudo ocupar-se ao mesmo tempo.”

[SÓCRATES. In (XENOFONTE. Memorabilia Cap IV.)]

E então, a Nação, vívida em espírito, conhecerá o Caminho, a Verdade e a Vida para a divindade que “tudo pode ver e ouvir contemporaneamente, estar presente em toda parte e de tudo ocupar-se ao mesmo tempo” saberá que ela é única e certamente dirá: CHRIST D'ABORD¹!!!

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¹ Em seu livro "Primeiro Cristo!" Plínio Salgado opõe Christ d'abord (Cristo primeiro) ao consagrado lema de Charles Maurras "politique d'abord" (Política primeiro).

Domingos José Gonçalves Magalhães, o Visconde do Araguaia. (Mais informações sobre a imagem favor me contactar).
POR CRISTO E PELA PÁTRIA: ANAUÊ!

Lucas Gustavo Boaventura Martins, 20 de Novembro de 2016.

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