terça-feira, 13 de outubro de 2015

A Questão da Água, trecho de um trabalho recente.

Recentemente, em um de meus trabalhos escolares, abordei brevemente sobre o tema: "Água e Cidadania: A privatização dos recursos hídricos e os atores sociais", agora, adaptado este texto, um de muitos que redigi este ano, talvez um dos mais importantes, tratarei de transcrevê-lo:

                                                                        


Água e Cidadania: A privatização dos recursos hídricos e os atores sociais:

A água é um bem necessário a manutenção de ecossistemas, biomas, a própria vida humana, a toda vida na Terra. Este recurso, de extrema importância é finito, sabemos que há um ciclo de reposição, mas se interferido, ou se o consumo for em escala maior do que o ciclo natural puder repor, a escassez certamente afetará a vida não só no que diz respeito ao físico do corpo, mas no preço de alimentos, roupas e outros muitos bens.



Desperdício, esta é a palavra-chave na qual se baseia o principal argumento dos privatizadores, estes, que se encaixam perfeitamente na descrição de Alberto Torres sobre o individualismo “[...] fundados na solidariedade e no prestígio dos grupos de argentários, industriais e proprietários, apoiados em institutos jurídicos protetores de monopólios, e protegidos por leis de restrição industrial e proteção mercantil [...]” [1], afirmam que, para evitar o desperdício, a água deve ser transformada em commoditie (mercadorias ainda em estado bruto, matérias-primas), sendo a água uma mercadoria, certamente sujeita a lei da oferta e da procura, garantir esse bem, e reitero, essencial a vida, às populações mais pobres não será mais possível.



Para se verificar que o interesse nessas privatizações é pura e simplesmente o lucro, basta observar que o Conselho Mundial de Águas, que se situa a favor da privatização, está ladeado de grandes empresas multinacionais, as britânicas Severn Trent, Anglian Water e Kelda Group, as espanholas OHL e Águas de Barcelona (Agbar), as francesas Suez, Bouygues-SAUER e Vivendi, a alemã RWE-Thames Water, além das norte-americanas The Capital Group Companies, Bechtel-United Utilities e American Works Company, os quais pretendem tornar a água em recurso econômico mundial.



Como diria o ilustre Enéas Ferreira Carneiro “A imprensa brasileira, serva do Poder Constituído, é submissa ao Sistema Financeiro Internacional, razão porque o povo não tem acesso as intenções verdadeiras que se escondem por trás da farsa embutida nas palavras da moda "privatização", "Estado mínimo", "globalização da economia" [...]” [2].



Fechando o tema das privatizações, verifica-se que, sendo a vida, por direito, um bem inalienável e inviolável (salvos casos extremos que não entraremos nos méritos), não faz sentido permitir que um elemento essencial a ela, a água, nos torne títeres da lei da oferta e da procura; Portanto a água deve ser um direito de todos, inclusive das populações cujos países, ou a região, possuem escassos recursos hídricos.



Dito e afirmado ser dever do Estado fornecer a água com eficácia e qualidade, cabe ressaltar que a preservação da água não é apenas dever do Estado, cabe a nós, cidadãos, enfraquecermos as teorias liberais de privatização, evitando o desperdício, pois se Alberto Torres disse que “O travor da ambição é a moléstia do individualismo [...]”[1], acrescentamos que o consumo consciente, o oposto do “Espírito Burguês”[3] descrito por Plínio Salgado, também se faz moléstia ao individualismo.




Por Cristo e pela Nação: Anauê!




                                                                          


[1] [TORRES, Alberto. A Organização Nacional. 1914; Pág 95]

[2] [CARNEIRO, Enéas Ferreira. Um Grande Projeto Nacional, 1998; Pág 65]

[3] [SALGADO, Plínio. Espírito da Burguesia. 1951]

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